terça-feira, 24 de maio de 2011

Sobre o eu que você não vê.


E, sem perceber, eu me envolvi. E numa dessas manhãs enquanto te olhava me dei conta que já estava dentro daquilo. Fosse um jogo, uma oportunidade, uma possibilidade de amor. Fosse lá o que fosse, eu percebi que já estava dentro do que sempre disse que jamais aconteceria. Talvez eu esteja mesmo e daqui de dentro é tão mais fácil enxergar o mundo. É tão mais fácil sair de casa e não me preocupar com o que falar ou fazer, porque você me conhece e sabe bem o que é o meu jeito mesmo. Você sabe que eu rio por qualquer besteira, falo muito e calo de repente. Mas você não sabe que quando calo é porque penso. E quando penso é em você. Você não sabe, nem sonha, que eu me pergunto todas as noites por quê você estaria a fim de mim, por quê a gente daria certo e por quê não. E eu elaboro listas imaginárias com os prós e contras. Você não sabe que eu sou a pessoa mais insegura do mundo inteiro e que por trás de toda minha timidez existe um medo absurdo de soltar as mãos e dar um salto. Você sabe que sou ciúmenta e que morro por dentro quando te vejo com aquelas meninas todas iguais. Você sabe que eu escrevo, mas não sabe do esforço que eu faço pra encontrar coragem e publicar. Você sabe que eu escrevo, mas acha que é por hobby, falta do que fazer ou vontade de ter um blog, você nem sonha que eu escrevo pra respirar, porque eu sinto tanto, penso tanto e tudo isso calada. Eu escrevo pra que meus dedos falem o que a minha boca se recusa a falar. É, timidez, você sabe. Por trás daquela menina que ri de tudo e vive pra ver os outros felizes, há alguém com todos os medos do mundo. Eu tenho medo de que não dê certo, medo de que eu não seja o que você espera e você não seja o que eu sonho. Você não sabe o quanto me torturo e o quanto me forço a acreditar que você pode ser o cara. Você nem imagina que toda essa minha capa de falta de vontade, de força e independência, esconde alguém que só precisa de um abraço e de alguém do lado, mesmo que em silêncio, só pra dizer eu tô aqui. Mesmo que você não me veja, eu tô aqui. Você sabe, mas eu sou romântica aos baldes, eu despejo frases, textos e canções naquele que faz o meu coração sorrir, porque esse é o meu jeito de agradecer e pedir pra que não vá embora nunca. Eu sou exagerada, inconstante, bipolar, tenho tpm, . Eu tenho problema com números, mas me sinto em casa com as palavras. Eu faço drama, faço birra, bato o pé. Talvez eu te ame com esse jeito bobo mesmo, mas talvez eu precise descobrir todos os seus outros jeitos.
Você não sabe, nem sonha, mas eu te avalio todos os dias. E todos os dias a minha listinha ganha mais uns prós e mais outros contras. Você sabe, eu sou um mistério pra mim mesma. O que você não sabe é o quanto eu me apaixono por quem não desiste de todo esse mistério. Você não sabe a felicidade que eu sinto quando vejo alguém tentando ultrapassar minhas barreiras, derrubar meus monstros, chegar ao meu coração. Você talvez saiba: eu quero que você consiga. Eu te ajudo, mas você tem que se ajudar também.
Você não sabe, nem sonha, mas talvez descubra tudo agora. Ou talvez não. Ainda há muito a ser descoberto. Não desiste, por favor. Eu não me entendo, mas talvez você seja capaz. Você não sabe, mas o eu que você não vê é bem melhor do que aquele que você vê.

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