sexta-feira, 9 de julho de 2010

[ . . . ] uma carta diferente . . .


Querida Paixão,

Tentei um contato para marcarmos um encontro. Mas, a sua secretária me disse que você não estaria disponível. Assim, permita-me apresentar o meu ponto de vista:

Compreendo a sua função no mundo, pois permite que as pessoas estejam mais abertas ao amor. Sei também das suas outras características, sei que é responsável por palpitações, pela frequência de pensamentos fixos, suores, arrepios, mãos geladas e trêmulas e desconcentração. Sei que dura de alguns meses até dois anos e que é responsável por atitudes extremas, demonstrações de coragem, olhar perdido e notas baixas. Tem caráter rápido e efervescente, curto e intenso.

Qual o motivo de você ser assim? Você é causadora de guerras, desentendimentos e fracassos. Mas também acaba em explosões de sentimentos bons, ocasiona faíscas mais quentes que um vulcão. É, você faz parte da vida da maioria das pessoas, mas para mim você tem um defeito: nem sempre se transforma em amor.

Assim, se transforma em atrito, conflito e ódio. E prevalece a desgraça. É uma confusão sem fim. Por isso, faço um pedido, habite o coração de todos, promova a paz e o bem-estar. Seja amiga e não propague a confusão. Continue efusiva, mas tenha moderação. Cresça no coração de quem a deseja e alcance proporções que a pessoa precisar. Mas, por favor, transforme-se em amor quando acabar. Não aguento mais ver lares desfeitos, corações partidos, vidas acabadas e desilusão total.

Por favor, penetre na vida e no coração de cada um. Permita que haja paixão pela vida, pelo trabalho, pela família, pelos amigos, pelos colegas, pelo marido, namorado ou coisa assim. Só não permita que tudo acabe em guerra, que tudo acabe em morte e que cheguemos ao fim. Paixão, paixão, há tanto tempo guia nossos caminhos, interfere em nossas escolhas...

Então, que seja assim. Mas que promova o bem, que propague a paz e se transforme em amor. Amor sereno, amor intenso, amor eterno.

Assim, espero que estejamos conversadas e que não haja necessidade de eu ter de me posicionar novamente. De qualquer forma, arranje um horário, marquemos um dia para tomar um café e falarmos da vida.

Atenciosamente

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